No início do tratamento com implantes, somente pacientes totalmente sem dentes eram tratados recebendo prótese do tipo protocolo. Desta forma, os implantes eram instalados somente em áreas com volume ósseo adequado. No final da década de 1980 esta forma de tratamento também foi aplicada a pacientes parcialmente sem dentes, de forma que o planejamento passou a envolver o posicionamento da prótese; e em muitas situações a quantidade óssea disponível não era favorável. Como conseqüência, os enxertos ósseos tornaram-se cada vez mais freqüentes.
Não é raro que algumas pessoas apresentem complicações provenientes de perdas dentárias. Quando um dente é perdido, por exemplo, o processo alveolar deixa de existir e o osso naquela região inicia os processos de remodelação/reabsorção. A tendência é o volume do osso na área onde ocorreram as extrações reduzir tanto em altura quanto em largura ao longo dos anos. Esse processo muitas vezes inviabiliza a instalação de implantes.
Os materiais utilizados como substitutos ósseos enquadram-se em uma classe denominada de biomateriais. Um biomaterial por definição é “uma substância ou associação de duas ou mais substâncias, farmacologicamente inertes, de origem natural ou sintética, utilizada para substituir, aumentar ou melhorar, parcial ou integralmente tecidos e órgãos” (WILLIAMS, 1987).
Podemos separar os biomanetriais pela sua origem:
A- Autógenos- São aqueles obtidos do próprio indivíduo. São considerados padrão ouro devido à manutenção da viabilidade celular e a capacidade osteogênica. O enxerto autógeno contém proteínas ósseas morfogenéticas (BMP) que são capazes de induzir células osteogênicas nos tecidos circunvizinhos. Também contém outros fatores de crescimento essenciais para o processo de incorporação do enxerto. No entanto, os enxertos devem ser colhidos de sítios intra ou extra-oral levando a uma maior morbidade ao paciente. As áreas de doação intra-orais comuns são: tuberosidade, pilar maxilo-zigomático, zigoma, sínfise mandibular e ramo e corpo mandibulares. Osso pode ser colhido na forma particulada ou em forma de bloco. As áreas de doação extra-orais que têm sido utilizadas são as cristas ilíacas anterior e posterior, o platô tibiano, a costela e a calvária.
B- Alógenos- São obtidos através de transplantes de indivíduos da mesma espécie, mas geneticamente diferentes. A principal vantagem deste tipo de enxerto é que eles eliminam a necessidade de região doadora. Além disso, a sua disponibilidade ilimitada permite seu uso em grandes quantidades, se necessário. Ex: DFDB (osso congelado seco desmineralizado).
C- Xenógenos- São provenientes de indivíduos de espécies diferentes. São fabricados a partir da porção inorgânica do osso de outros animais e são osteocondutores. Este tipo de enxerto é descrito como um bom banco de material, desde que ele seja completamente desproteinado e colocado sobre osso esponjoso ou usado com medula óssea vermelha autógena, além disso, também pode ser usado para aumentar tecido mole. Ex: Bio-Oss®.
D- Aloplásticos- São de origem sintética. Ex: Alobone®
Apesar das inúmeras vantagens da utilização do enxerto ósseo autógeno oriundo de sítio intrabucal, é consenso na literatura que uma das principais desvantagens do seu uso está relacionada à morbidade quando comparado aos alógenos, xenógenos e materiais aloplásticos. É preciso considerar esses fatores na hora de escolher o tipo de biomaterial. se a necessidade de enxertia é uma variável importante no sucesso da osseointegração. Desta forma, devemos sempre avaliar cada caso individualmente.
Situações clínica que necessitam de enxerto:
- Perda de espessura e altura óssea.
- Pneumatização do seio maxilar
- Implantes imediatos